quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Post relâmpago.

E então disse a mãe ao filho desesperado:

— Filho, não fique assim, existe outro milhar de pessoas que gosta de você!
— Isso não me interessa já que a única pessoa que eu desejo que gostasse de mim não faz nem ideia de que existo. Para ela, sou apenas outro cão viralatas que rasteja por comida na porta de um açougue. Se ela ao menos soubesse o quão rápido bate meu coração quando a vejo desfilar às escadas do colégio, mamãe, garanto que toda essa minha agonia daria um tempo de aporrinhar minha cabeça. Eu deveria sair e falar com ela sobre tais sentimentos que moram em meu peito, mas a senhora, dona de minha vida, mais do que ninguém sabe que não sirvo para isso. Gostaria de ser diferente, mamãe.

A mãe já desolada e triste por ver seu filho naquele estado, soluçando o choro, disse-lhe:

— Mas meu filho, tu não deves se dar ao luxo de sofrer por alguém que não sabe nem a cor do teu olho. Largue mão de ser bobo e fuja para longe da escuridão dessa moça. Sabe que isso só te fazer sofrer. Tem que parar com isso o quanto antes para que não se afogue mais ainda nesse mar de solidão.

Do menino nada se ouviu desde que fechou seus olhos depois do banho.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Post #242

Estive afim de alguém que pudesse se importar.
De ter alguém com quem pudesse me preocupar.
Que também pudesse me ocupar. Desocupar.
Que sentasse ao meu lado para me escutar.

Mas de mim esse alguém sumiu no ar.
Longe do meu lado é onde foi parar.

Triste.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Explicação de 'perdida'.

Não tinha o que fazer, então resolvi escrevê-lo.
Há, com certeza, erros de português porque não o li. Isso é tudo.

Perdida

E como começar a escrever coisas vazias e totalmente sem préstimo algum? Coisas que ninguém teria a real pachorra de ler nem se quer uma única linha. Coisas que enfatizam o quão ruim a vida de uma pessoa pode (parecer) ser. Ler sobre catástrofes pessoais, sobre tragédias internas, brigas mesquinhas vindas de mim para mim mesmo. Como começar a escrever sobre coisas banais que envolvam só a minha pobre pele suja, áspera e asquerosa que rasteja no chão feito um lagarto gordo? Como começar a escrever coisas sobre a alma de alguém que não tem vida? Alguém que sofre por nada e acha que assim é certo. Alguém que vê além das aparências e se engana? Pff... é muita perca de tempo escrever sobre uma pessoa que vive desse jeito. Que se descreve da maneira mais pejorativa possível, talvez para ganhar um pouco de atenção enquanto se afoga no egoísmo. Simplesmente não entendo como conseguem fazer isso sem parecerem idiotas. Talvez cada um de vocês esteja sofrendo e querendo um colo para reclamarem, tal como eu queria agora.

Tudo isso começou quente e cinza, como de costume. Enquanto abria os olhos, sentia o cheiro da chuva que caía e molhava minha janela. Tenho muitas manias, uma delas é a de achar qualquer coisa inútil uma maravilha - uma dessas maravilhas era justamente ver as gotas correrem os vidros. Meu pijama tinha grossas listras em tons diferentes de verde. Era minha cor favorita e aquilo fazia eu parecer uma pessoa menos esquisita. Meu quarto, quando chovia, ficava mais escuro do que o normal. Era o lugar que eu mais gostava de estar quando me sentia frágil às coisas que me rodeavam. Meu travesseiro é macio. Ele gruda minha cabeça nele, como se estivesse apaixonado e não quisesse perde-la, mesmo sabendo que voltaria para seus braços todas as noites. Antes de levantar, costumava estralar as costas. Era uma ótima sensação. O som dos meus ossos agradava demais meus ouvidos que, à noite, só sabiam ouvir minha própria boca falando mal de mim. Calço meus chinelos e vou ao banheiro. Faço minha barba enquanto tomo banho, não tenho nenhum pingo de vaidade depois que um trágico fato me aconteceu. Na garganta descem de mãos dadas um gole de café amargo e uma mordida de pão-com-manteiga. Todas as minhas manhãs de dia de semana eram assim e eu não tinha muito do que reclamar.

Perdida (Part. II)

Todos os dias antes de sair de casa, regava plantas que ficavam dentro de um pote preto, em cima da minha mesa da cozinha. Como morava sozinho, era alguma coisa a mais para eu me comprometer a fazer... além de ser a única coisa viva que eu deveria ter cuidado. Não gostava de carregar minha chave comigo. Sempre me senti inseguro em relação à isso. Por isso, a deixava em baixo do tapete da entrada. Um tapete muito ridículo, diga-se de passagem. Uma cópia barata de tapetes americanos onde estava escrito "wellcome". Devo conferssar que só gastei dinheiro naquela porcaria por causa desse erro grotesco. Ele era um diferencial e eu gostava de coisas idiotas.

Eu gostava do meu trabalho. Era professor de um escola que havia perto de onde morava. Dava aula para crianças de onze e para adolescentes de 16 anos. Ensinava um pouco de português para eles. Não gosto muito de falar disso pois nunca me achei alguém muito esperto. Meu cérebro de ervilha era limitadíssimo e sempre deixava escapar alguma informação que era importante àquelas pessoas. Sempre tinha alguma menina das carteiras da frente me corrigindo. Acho que meu jeito sonso e meio 'foda-se' era o que me diferenciava dos outros professores daquele lugar. Meu alunos realmente me adoravam e eu gostava demais disso.

Como eu morava perto de onde trabalhava, sempre ia de bicicleta à escola. Eu colocava fones de ouvidos e gostava do que fazia. Foram 20 anos fazendo isso, de segunda a sexta, sem faltar uma vez se quer. Era bem aplicado... a formiga operária mais aplicada que o Estado tinha em mãos. Eu me orgulhava disso, mas no fundo eu sabia que não deveria fazê-lo. Em casa, novamente, às nove da noite, tudo o que sabia fazer era fritar umas batatas fritas e comer com um copo grande de chá gelado. Nunca fui um grande chefe de cozinha e nunca soube fazer muitas coisas, comida congelada era sempre o que tinha no meu cardápio pessoal. Ninguém reclamava, afinal, eu jantava sozinho todas as noites. Minhas namoradas gostavam da minha comida, mas sempre reclamavam da minha companhia. Por conta disso vivo sozinho hoje, sem ninguém ao meu lado. Relacionamentos rápidos sempre vêm e vão, não nasci para essa coisa de ficar junto a vida toda. Mas a verdade sempre dói, e dizer que viver sozinho é meu penar, é o que corta fundo meu coração vazio. Dizer que viver sozinho é bobagem, ao mesmo tempo, é mentira. O que escrevi não tem muito sentido, mas se você mente para si mesmo, todos os dias, dizendo que está bem, talvez tenha entendido bem o que as últimas linhas trouxeram até você.

Perdida (Part. III)

E foi partindo desse modo de vida sem graça e solitário, que fui partindo do trabalho para casa todos os dias. Minha vontade de ficar sozinho confrontava com garotas que eu havia encontrado ao decorrer dessa minha vida. Mas nenhuma dela foi capaz de me fazer sentir um cara tão legal quanto uma delas - Alice. A história dessa garota (hoje, mulher) eu não sei contar. As dezenas de garotas que me fizeram sentir prazer por todo esse tempo não significavam muita coisa pra mim e, de alguma forma, acho que elas sabiam disso. Elas também nunca se importavam com isso, para elas, eu era só outro pedaço de pele que elas usavam e depois descartavam. Não significava absolutamente merda nenhuma. Isso não me machuca porque era recíproco. Eu tive um amigo que era meu oposto. Importava-se demais com quem ele saía, ainda que poucas, e sempre acabava machucado.

Voltando ao assunto central, Alice era uma pessoa incrível quando eu tinha seis anos de idade. Estudávamos juntos, fomos colegas de classe por um ano, e mesmo sendo novo desse jeito, eu sabia o que aquela menina significava para mim. O jeito com que ela me emprestava seus lápis-de-cor era fascinante. Os olhos azuis e cabelos loiros eram encantadores, sem falar no jeito com que ela tratava todos seus coleguinhas. Ela não se interessava por ninguém, é claro, ela tinha seis anos, mas eu sentia algo por ela... nada sério, eu só gostava de estar perto dela. Ela era a melhor companhia que eu pude ter na minha vida. Certa vez, resolvi dizer que gostava muito dela e tomei um fora. Lembro que quando cheguei em casa, perguntei para minha mãe se eu era feio. Ela disse que não. Óbvio, é minha mãe, não poderia vir outra resposta de sua boca. Quando aquele ano na pré-escola acabou, ela se mudou e eu nunca mais a vi. Queria poder ter a chance de vê-la hoje em dia, adulta. Provavelmente está casada, ou até grávida. Mas eu iria gostar mesmo de vê-la.

Dia desses eu morri. Fiquei me perguntando porque não sentia mais as coisas. Até que fui me dar conta que meu chá havia acabado. Só percebi quando cheguei no final do texto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Post, simplesmente.

Oi. Hoje é dia 14 de fevereiro de 2011 e eu ainda me sinto a mesma coisa. Ando mais apático do que o normal de uns dias pra cá. Tenho andado bem triste comigo mesmo, dentro de mim algo está apagado e eu não consigo achar a solução para melhorar. A razão é a mesma de sempre, uma tal coisa desconhecida que ainda insiste em me perturbar. Estou sem saco para muitas coisas e de saco cheio de ver gente feliz demais. Sei lá, parece que querem a todo custo esfregar tudo isso na minha cara, contando dos planejamentos para a vida, contando que tudo está bem, que não poderia estar melhor, que o namoro está bom... Acho meio mancada viver comentando dessas coisas. Não. Não é mancada nenhuma. Mancada mesmo é eu querer julgar os outros por serem felizes do jeito que são. Às vezes me sinto tão hipócrita pensando desse jeito que eu nem deveria estar respirando enquanto escrevo essa merda de texto.




P.S.: Feliz dia dos namorados pra quem tem.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Post indiferente à todos.

E eu que me achava indestrutível.
Caí perante sua beleza.
Mesmo antes de chegar ao final.
Afoguei-me numa profunda tristeza.

Fiquei tão ligado aos seus olhos.
Mesmo sabendo que não me faria bem.
Apaixonei-me por seu meio sorriso.
E por seu corpo todo também.

O erro foi ter levado à diante.
Todo esse amor que era errado.
A parte boa é que eu havia sentido.
O que é bom de ser seu amado.

Adorava suas longas gargalhadas.
Gostava de saber que era engraçado.
Hoje em dia as coisas mudaram.
E minha graça ficou no passado.

Não tenho mais o mesmo efeito.
Que dez anos atrás te fazia feliz.
E nem me dar um último beijo.
Sua beleza de boca quis.

Não sabia mais o que queria.
Senti-me deserdado e sem rumo.
Comecei a beber o que não podia.
E minha roupa cheirava à fumo.

Entristecia-me cada vez mais.
Era sozinho, sem nenhum amigo.
Por causa de sua incrível beleza.
Eu me tornei meu pior inimigo.

Agora escrevo essa carta idiota.
Mesmo sabendo que você não vai ler.
Quero que saibas que ainda te amo.
Mesmo você me fazendo sofrer.

O que aconteceu, foi o esperado.
Eu é que não soube me defender.
Essa carta vai terminar repetida.
Com a bendita palavra "morrer".